Medicina veterinária comportamental

Saiba mais sobre essa recente especialidade veterinária.

 

Americana pode contar com um dos vinte veterinários que fazem parte desse seleto grupo.

 

A medicina veterinária comportamental, também conhecida como etologia clínica veterinária, é uma ciência que estuda o comportamento animal. Sabemos que há muito tempo pesquisadores se dedicam ao assunto, porém, somente a pouco mais de dezessete anos é que esse ramo da ciência vem formando associações e escolas voltadas para o bem-estar e estudo do comportamento animal. Instituições foram formadas inicialmente nos Estados Unidos e recentemente na Europa - European College of Animal Welfare and Behavioural Medicine/ECAWBM.


No Brasil ainda não existem essas associações ou escolas, mas é uma realidade que atualmente vem mudando. Esse ano, no Rio de Janeiro iniciou-se a primeira turma de Pós-graduação em Etologia Clinica Veterinária. Será a primeira turma de médicos veterinários do país a se especializar no assunto. Americana pode contar com uma dos dezoito veterinários que fazem parte desse seleto grupo


A atuação dessa medicina se baseia em identificar motivos ambientais, fisiológicos e psicológicos que interferem no comportamento natural dos animais. Alguns desvios comuns de comportamento são identificados como ansiedade de separação, latidos e destruição excessivas, repetições motoras, agressividade, automutilação, ingestão de objetos ou polifagia, etc. Ressaltamos que esses comportamentos podem estar diretamente relacionados a alterações clínicas fisiológicas, como no caso da agressividade decorrente de hipotireoidismo em cães.  Por isso é preciso uma visão multidiciplinar na resolução de problemas comportamentais - pode envolver outras áreas como a da medicina clínica veterinária. Outros ramos auxiliam, em conjunto, no tratamento comportamental do cão, como no caso da psicologia humana - para instrução do tutor - e a prática do treinamento animal. A tríade médico veterinário comportamental, clínico e o adestrador, em sintonia, traz benefício mútuo na resolução dos problemas comportamentais. 

 

Atualmente tutores de cães e gatos contam com o manejo de problemas comportamentais feitos por profissionais não veterinários como psicólogos, zootecnistas, adestradores e biólogos, dentre outros. A ajuda desses profissionais devem ser continuada e é de grande valia.  No entanto, somente o médico veterinário se beneficia de sua posição para garantir uma analise fisiológica e psíquica, assim fornecendo um diagnóstico efetivo de causa comportamental. Outro ponto que ressalva a importância dessa formação, é a prescrição de medicamentos que muitas vezes acaba fazendo parte de um tratamento comportamental.

 

Dra. Ana Camila M. Pereira
CRMV-SP 30967
Médica Veterinária responsável